Imagem: Fachada do Hospital Maternidade de Campinas Weverson Felipe

O ginecologista e obstetra Dr. Marcos Miele da Ponte assume a presidência da instituição, tendo como desafio superar as dificuldades financeiras pelas quais passam os hospitais filantrópicos e públicos do país.

O Hospital Maternidade de Campinas tem nova diretoria, eleita para administrar a instituição pelo próximo triênio. A presidência foi assumida pelo médico ginecologista e obstetra, Dr. Marcos Miele da Ponte, responsável pelo Programa Parto Adequado (ANS/MS/IHI/Hospital Albert Einstein) na Maternidade de Campinas desde 2017. Também compõem a nova diretoria o Dr. Rogério Manuel Duarte Nogueira (primeiro vice-presidente), o Dr. Marcos Gerenaldo Martins (segundo vice-presidente), o Dr. Fernando Martines Sanchez (primeiro tesoureiro), o Dr. Marcos Bachur (segundo tesoureiro), a Dra. Ana Carolina Lazarini Romanholi (primeira secretária) e o Dr. Gustavo Atra Giovannetti (segundo secretário). A diretoria do Hospital Maternidade de Campinas trabalha de forma voluntária, considerando que nenhum deles recebe qualquer tipo de remuneração para exercer as atividades diretivas da instituição. O Dr. Carlos Eduardo Ferraz segue colaborando voluntariamente com a administração da Maternidade na qualidade de conselheiro fiscal. Devido a pandemia de Covid-19, não houve transmissão solene dos cargos.

Imagem: Divulgação / Dr Marcos Miele, presidente do Hospital Maternidade de Campinas

A nova diretoria deverá dar continuidade ao trabalho de modernização da instituição, iniciado pelo Dr. Ferraz, que ocupou a presidência do hospital por duas gestões consecutivas. Entre os projetos executados nos dois períodos em que ocupou a presidência do Hospital, o ex-presidente destaca a inovação do modelo assistencial com a implantação do PPA – Programa Parto Adequado -, a elaboração de planejamento estratégico como referência para o aprimoramento da gestão hospitalar e o reposicionamento de marca com a criação da nova identidade visual (logomarca).

“A Maternidade de Campinas funciona há 107 anos. Era preciso reposicionar o Hospital como negócio para a sua sustentabilidade financeira. Uma das medidas foi a incorporação de novas especialidades (endometriose e endoscopia ginecológica, oncologia abdominal, cirurgia bariátrica e metabólica e urologia e patologias masculinas) e a criação dos Núcleos de Cirurgias Avançadas”, diz. A antiga estrutura também precisava ser modernizada até para receber equipamentos de alta tecnologia. Assim, foram iniciadas as obras do Retrofit (termo utilizado em engenharia para designar o processo de modernização de equipamentos considerados ultrapassados ou fora de normas) e entregues a nova recepção e a reforma total do quarto andar, implantado o Centro de Parto Normal, ampliado o prédio anexo para receber área da UTI – Unidade de Tratamento Intensivo – e o centro cirúrgico, instalada a área de ambiência e construído o novo Centro Administrativo. O hospital também adquiriu um imóvel na rua José Paulino.

Para envolver ainda mais o hospital com os setores de ensino para a formação de profissionais comprometidos com a comunidade de Campinas, foram assinados convênios com Faculdades de Medicina e de Enfermagem em Obstetrícia (incluindo pós-graduação e cursos técnicos), com o Programa Mais Médicos campineiro e ampliadas as residências médicas multidisciplinar. Com isso, a Maternidade mantém um dos pilares do SUS – Sistema Único de Saúde -, fortalecendo o eixo de ensino e pesquisa. “Para ampliar a captação de recursos e avançar no processo de tornar a instituição financeiramente sustentável, instituímos o Departamento de Relações Institucionais e criamos um título de capitalização, o Doacap. Os recursos externos são imprescindíveis, principalmente nestes tempos de pandemia quando a situação financeira é agravada pelo aumentos do insumos que utilizamos, sem contar as dificuldades financeiras já existentes antes da Covid-19”, explica o Dr. Ferraz.

Imagem: Divulgação / Dr. Carlos Eduardo Ferraz, ex-presidente
Weverson Felipe

Sobre o novo presidente
O Dr. Miele já exerceu vários cargos na instituição, entre eles a vice-presidência, as coordenações do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (por 12 anos) e do Pronto Atendimento e a primeira Tesouraria. Foi, também diretor Clínico e diretor responsável, no início dos anos 2000, pela implantação da compra eletrônica de insumos hospitalares através de plataformas específicas e otimização do uso de gases medicinais com grande impacto nos custos hospitalares.

Para o próximo triênio, os principais desafios para a nova diretoria ainda deverão focar na necessidade da tomada de medidas para a reversão do quadro econômico e financeiro da instituição filantrópica, utilizando ferramentas de gestão cada vez mais atualizadas. “Todos temos um bom relacionamento com os tomadores e prestadores de serviço, e conhecimento de todo o mecanismo de funcionamento assistencial e administrativo da Maternidade de Campinas. Assim, desta forma, poderemos manter as necessárias relações institucionais com o poder público, com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os convênios da saúde suplementar, todos essenciais para manter a excelência do funcionamento da instituição. Também manteremos o compromisso com o ensino, fortalecendo a parceria com as faculdades de medicina e institutos técnicos de enfermagem”, explica o Dr. Miele.

Também entre as metas da nova diretoria estão a dinamização da utilização do Centro-Cirúrgico, do Centro Obstétrico, das UTIs adulto e neonatal, da UCI, do Pronto atendimento e do ambulatório para a otimização de recursos e a dinamização do funcionamento desses setores, utilizando as ferramentas de gestão. O Dr. Miele, assegura que dará continuidade Programas Parto Adequado e Nascimento Seguro, dos quais foi coordenador desde 2017 e se compromete a oferecer a contínua valorização dos profissionais.

“Nosso compromisso é manter intactas as atividades fundamentais, pilares do Hospital Maternidade de Campinas desde sua fundação, há 107 anos, não perdendo de vista a necessidade de ampliar as atividades que tragam novas fontes de recurso para a instituição. Nós não acreditamos em soluções transitórias que tornem a Maternidade de Campinas dependente e não temos conflitos de interesse com qualquer outra instituição pública ou privada”, diz.

Imagem: Divulgação / Reforma da recepção faz parte do Retrofit do hospital
Weverson Felipe

Sobre o Hospital Maternidade de Campinas
O Hospital Maternidade de Campinas foi fundado em 12 de outubro de 1913 diante da necessidade de se ter um hospital que atendesse as mães carentes. Foi o primeiro hospital de Campinas com condições de oferecer às mulheres o apoio e o cuidado necessário no momento do parto. São 107 anos de portas abertas, 24 horas ininterruptas por dia. Trata-se do maior maternidade do interior do Brasil. É classificado como uma instituição filantrópica sustentável, de referência regional e representatividade nacional no atendimento à saúde da mulher. Promove mais de 23 mil internações mensais e mais de 800 partos por mês, que representam praticamente a metade de todos os nascimentos ocorridos na RMC – Região Metropolitana de Campinas. Mais de 60% dos atendimentos são dedicados ao SUS – Sistema Único de Saúde e conta com um corpo clínico formado por 557 profissionais médicos.

Fonte:Ateliê da Notícia

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