Instrumento surgiu no Peru e vem se popularizando no Brasil; lojas de instrumentos musicais de Capivari viram vendas crescerem no município durante pandemia

Cajoneros (lê-se carroneros) é um clube de música com foco no cajón e que tem como objetivo reunir tocadores do instrumento para uma experiência única de aprendizado, troca e diversão. O projeto é idealizado pelo professor de música Túlio Schincariol e, para participar, não precisa ser profissional: basta ter um cajón em casa ou ao menos ter vontade de aprender a tocar o instrumento de percussão.

Túlio explica que o projeto é uma oportunidade de conhecer pessoas novas e de se aventurar em um universo cultural sem fronteiras, já que o cajón é extremamente versátil para praticamente todos os ritmos. “Quero explorar o samba, o maracatu, o frevo, o baião, o xote, o reggae, o pop, todos os estilos musicais.” Os encontros serão gratuitos. “Sempre vai começar com uma performance de percussão só de cajón, e depois a gente vai para o repertório, cada dia de um ritmo diferente”, detalha.

Ainda de acordo com o professor, a ideia é ir aperfeiçoando as reuniões com outros instrumentos musicais e convidados especiais, a fim de popularizar o cajón em Capivari. “Aos poucos, vou convidar cantores para fazerem voz e violão, músicos de samba, batucadas de escolas de samba, grupos de reggae e de baião, para fazer o corpo musical. Mas o foco será sempre o cajón.”

O clube de música acontecerá mensalmente às terças-feiras, das 19h às 20h, no estúdio de Túlio, que fica na casa dele: Rua Dr. José Luís Cabreira, 21, Castelani, em Capivari. Se interessou? Confira mais informações em: facebook.com/cajonerosgrupodecajon ou pelo WhatsApp: (19) 99673-5586.

Foto: Danilo Antunes

A história do cajón

O cajón surgiu no Peru, durante o período colonial. Conta-se que os africanos escravizados, ao serem separados de seus instrumentos de percussão pelos feitores da época, passavam a utilizar caixas de madeira e gavetas para tocarem seus ritmos. Por isso, com o passar do tempo o instrumento recebeu o nome de cajón, que é o aumentativo da palavra caja, que significa caixa em espanhol e se pronuncia carron.

Hoje, o cajón é considerado pelo governo peruano como “Patrimônio Cultural da Nação”. Foi lá que, no dia 13 de abril de 2013, obteve-se um record mundial: 1.524 pessoas vestidas de branco, entre adultos e crianças, tocaram o instrumento de percussão ao mesmo tempo em praça pública. O feito aconteceu durante o VI Festival Internacional de Cajón Peruano e entrou para o livro do Guinness.

O cajón é todo construído em madeira e pode ser encontrado em várias opções: reto, inclinado, com microfone dentro, sem microfone, para crianças etc. Sua versão mais popular apresenta cordas por dentro sob o tampo. É um instrumento que encanta pela simplicidade, desempenho e qualidade de vibração. Além disso, todos os modelos são superleves, baratos e fáceis de transportar para qualquer lugar.

Em Capivari, estes pontos positivos fizeram com que as vendas do instrumento aumentassem consideravelmente, sobretudo nos últimos meses. Para Túlio, isso indica que o cajón está se popularizando cada vez mais na região, como uma opção mais fácil de aprender e que não precisa ser afinada. “Mas onde estão essas pessoas?”, questiona. “É isso que vamos descobrir com o Cajoneros.”

Texto: Laila Braghero / Foto: Danilo Antunes

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